“Era uma vez um lago, e nesse lago havia rãs. Rãs que passavam os dias a fazer coisas de rãs: saltavam e apanhavam moscas, dormiam sestas ou brincavam com as libélulas”, ao fim e ao cabo, bichos tão parecidos connosco no partilhar da fragilidade das rotinas.
Mas a segurança oferecida pela repetição, revela-se afinal sempre débil quando quebrada pelo imprevisto, pela mínima variação do curso natural das coisas. Tal e qual como acontecerá as estas rãs e ao seu mundo, quando algo vindo do céu, PLOC, cai no lago onde vivem e faz com que se juntem os ingredientes necessários para observarmos um jogo de causa e consequência, numa série de acontecimentos imprevisíveis, onde tanto personagens como leitores estão longe de imaginar o final desta história.
“ Era algo pequeno e brilhante.
Era uma coroa.”
Uma espécie de teoria do caos instala-se neste lago e no final do livro encontraremos o eco do tal bater de asas de uma borboleta em Pequim e à tempestade que pode provocar numa cidade a milhares de quilómetros dali, mas também observaremos mais metáforas neste livro, como por exemplo a da obtenção e consolidação do poder, o poder do mais forte, metáforas provocadas por um pequeno e surpreendente gesto, essa pequena variação que terá consequências de proporções inimagináveis, ficando-nos a sensação que do complexo, do caótico podemos ter sempre a esperança na paz e no amor, na ordem que emerge do caos.
— Bruaá
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